quinta-feira, 23 de março de 2017

Filho de Deolindo Amorim "psicografa" mensagem de Princesa Isabel, falando sobre a revogação da Lei Áurea


Paulo Henrique Amorim, filho do notável espírita (de Allan Kardec, e não de Chico "Beato" Xavier), Deolindo Amorim, "psicografou" uma mensagem atribuída a Princesa Isabel, falando sobre a revogação da Lei Áurea, aprovada pelo Desgoverno Temer, que poderá arruinar de uma vez por todas a economia brasileira, preservando apenas os privilégios e bens dos gananciosos Senhores de Engenho que vivem trancafiados em seus mundinhos pomposos do Grand Mondê.

Leiam a preocupante mensagem de Princesa Isabel "recebida" por PHA, em que vê a lei assinada por ela sendo praticamente anulada por decisão de um bando de irresponsáveis delinquentes, que sem saber acabam extinguindo trabalhadores e consumidores, numa atitude que tornará o Brasil como uma imensa África, mergulhada numa incurável miséria.

Só par lembrar: O "Espiritismo" brasileiro (não o de Kardec, mas o de Chico "Beto" Xavier) apoia incondicionalmente a revogação da Lai Áurea, aprovada ontem. Para "espíritas" chiquistas, a escravidão é uma boa forma de "acelerar" a "evolução" espiritual, reservando a felicidade e a prosperidade para um futuro remoto que nunca chega.

MENSAGEM DE PRINCESA ISABEL "PSICOGRAFADA" POR PAULO HENRIQUE AMORIM

Publicada originalmente no blog Conversa Afiada

"Caríssimo MT ou Treme: 

Permita-me recordar alguns relevantes fatos sobre a promulgação da Lei Áurea, a que meu nome se associou de forma indelével na memória do sofrido povo brasileiro. 

Quem não queria a libertação dos escravos era a camada mais retrógrada dos proprietaários rurais. 

A ponto de seu líder, Andrade Figueira, não ser nem fazendeiro e não ter escravos. 

Lembra um tal de Paulo Skaf, da FIE P, que não tem indústria nem operários. 

A parte mais dinâmica dos fazendeiros percebeu que o trabalhador assalariado gerava mais riqueza do que ter escravos. 

Na última hora, o Conselheiro Paulino de Souza tentou interromper o movimento irrefreável com uma proposta no Senado que atrasaria ainda mais a libertação. 

Como se sabe, meu saudoso pai, D. Pedro II, se orgulhava de ter mantido a mais longa e extensa Escravidão da História. 

Os tempos mudaram. 

Em apenas cinco dias e por nove décimos de cada uma das duas Câmaras pude assinar a Lei Áurea! 

Hoje, leio no PiG que o Senhor aprovou na Câmara dos Deputados a revogação da Lei Áurea. 

Por 231 votos contra 43 (por tão pouco, MT!), a sua Câmara desengavetou uma Lei do tempo do Fernando Henrique Cardoso (essa reencarnação do Conselheiro Paulino Souza) e estabeleceu: 

• a terceirização de todas as atividades empresariais, seja atividade fim ou meio;

• a empresa não precisará garantir condições de higiene e segurança, como era nas senzalas de meu tempo;

• a empresa não precisa alimentar os escravos, como era na senzala de meu tempo;

• se o escravo resolver protestar na Justiça - se é que existe! -, a empresa não poderá ser responsabilizada mas, sim, a que tiver contratado o escravo.

A História se repete como farsa, MT, dizia um excêntrico alemão do meu tempo.

Quem quer a terceirização é a camada mais retrógrada do empresariado. 

Porque os mais dinâmicos aprenderam com Henry Ford - um nazista americano do início do século passado: é preciso remunerar bem os proletários, para que possam consumir os produtos que produzem!

Escravo não tem dinheiro para comprar automóvel.

Só se matar o senhor do engenho e lhe roubar o BMW!

O seu breve Governo já cometeu muitos estupros.

Mas, por favor, deixe imaculada a estátua que ergueram em minha hiomenagem, na Praia do Leme, perto da Avenida Princesa Isabel, no Rio.

Desse jeito, o seu nome vai se misturar à vala negra, que, às vezes, sai dali de frente, em direção ao Oceano Atlântico. 

Assinado,

Princesa Isabel"

Em tempo: o ansioso blogueiro (PHA, nota deste blog) consultou "História da Civilização Brasileira", de Sérgio Buarque de Holanda, Vol VII, Livro Quinto, Capítulo I, "Resistência às reformas". Editora Difel, 1977.

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