domingo, 4 de janeiro de 2015

Data-Limite Segundo Seu Zé da Padaria


Numa certa data de 2014, Seu Zé da Padaria, uma figura muito querida em Pindaíba do Norte, cidade perdida em algum recanto do interior nordestino, teve um sonho que lhe impressionou tanto.

No sonho, estavam com ele figuras já falecidas que haviam convivido com ele, como o tio Zé do Trigo, o padre Eusébio, a lavadeira Dona Cotinha, juntamente com "seu Jisuis", como ele chamava Jesus, e Deus, que tinha a aparência do saudoso ator Sérgio Brito, só que com cabelos compridos, mas Zé da Padaria nem sabe quem foi esse grande ator.

Eles estavam discutindo os rumos da humanidade depois que João Jumento, um cara que não era lá tão ignorante assim, era até bom, serviçal e muito contador de causos, mas era assim chamado porque cuidava de um jumento e usava-o como transporte para os arredores da cidade, decidiu ir trabalhar em São Paulo.

"Foi um passo muito pequeno para um homem, mas acho que vou dar uns grandes passos para essa cidade que é um mundo só", disse João numa das cartas - não, ninguém se comunica por Internet, nem sabe o que é isso - , depois que arrumou emprego como faxineiro de uma lanchonete num bairro da Zona Norte da capital paulista.

Terminado o sonho, Seu Zé da Padaria achou que o destino da humanidade iria se transformar muito. Acreditou que, com a ida de seu João Jumento para São Paulo, muita coisa iria acontecer. Achava que transformações de ordem política, econômica, religiosa, cultural e de outros aspectos só porque sonhou que estava com Jesus, seus saudosos amigos e estavam todos falando sobre a ida de João para Sampa.

Muito ingênuo Seu Zé da Padaria. Muito sonhador, o caipira. Mas é o Seu Zé da Padaria. Coisas de gente do interior.

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