quinta-feira, 14 de maio de 2015

Estado natal do Dr. Bezerra de Menezes pode ter Aeróbus


Fortaleza, capital do Ceará, poderá ser a primeira cidade do Brasil a implantar o Aeróbus, o transporte do sistema integrado de ônibus de Nosso Lar, conforme diz o best seller do fictício André Luiz trazido pelo "todo sábio" Chico Xavier.

Ele vai ser o BRT que vai circular justamente na avenida Bezerra de Menezes, para alegria dos seguidores do "Dr. Bezerra" e dos busólogos que adoram pintura padronizada porque odeiam diversidade e individualidade - qualidades que não são o forte do "movimento espírita" - e aguentam qualquer tranco para ganhar ônibus com ar condicionado, chassis sueco e, de preferência, BRT.

Constam-se algumas interpretações que a pintura padronizada nos ônibus teria sido implantada antes do Brasil, na colônia espiritual de Nosso Lar, por volta dos anos 1920 do nosso planeta. Outras fontes indicam que foi há mais de dois mil anos, pelas autoridades do Império Romano.

Quanto a essa hipótese, a pintura padronizada, que dividia as empresas de acordo com o controle de castas romanas, senadores sufetas, equestres (que ficavam com a Zona Oeste) e prefeitos (que administravam as linhas alimentadoras), envolviam bigas. O transporte de escravos tinha o seu padrão visual próprio.

Mas, em todo caso, a capital do Estado onde nasceu o médico, político e militante catól... quer dizer, "espírita" (as aspas são nossas), dr. Adolfo Bezerra de Menezes (nascido na interiorana Riacho do Sangue, rebatizada pela atual Jaguaretama), implantará o BRT Bezerra de Menezes, para celebrar a pintura padronizada vigente nos ônibus de Fortaleza.

É claro que as autoridades de lá tentam apelar para colocar logotipozinhos de empresa para dizer que querem facilitar a identificação por parte dos passageiros, mas as autoridades parece nunca terem usado óculos na vida, ou, se usavam, nunca fizeram um único exame de vista.

Isso porque o nominho da empresa é ótimo para quem está encostado no ônibus e vê de perto o nome através do logotipo, podendo, andando por um terminal ou ponto de ônibus, reconhecer o nome de uma empresa e o de outra.

Mas se o passageiro quiser acenar para um ônibus que vêm ao longe, isso não pode ser feito. O logotipo da empresa, por mais "destacado" que fosse, desaparece ao longe, e os ônibus com pintura padronizada continuam sendo iguaizinhos uns aos outros, de longe gatos onças e tigres são todos pardos.

Fazer o quê? As autoridades querem pintura padronizada nos ônibus e fim de papo. Como explicar a realidade dos passageiros nas ruas para tecnocratas e políticos que passam o tempo todo brincando com o computador e planejando mobilidade urbana jogando The Sims e estabelecendo seus projetos fantasiosos usando computação gráfica e gravando em arquivos do PowerPoint?

Desculpe, mas todo esse pessoal - inclui de Jaime Lerner a Eduardo Paes - vive no mundo da lua. Mas talvez eles ficassem pensando em Nosso Lar, a cidade dos sonhos de toda elite dotada de ideias "pragmáticas", nome que é eufemismo para uma combinação entre arbítrios técnico-político-empresariais e imposição de um padrão medíocre de qualidade de vida.

Eles sonham com Nosso Lar, com aquelas construções brancas e imponentes, hospitais que parecem shopping centers, praças limpinhas e bonitinhas, grama bem aparada, e um bando de gente sem individualidade vivendo como zumbis depois de um bom banho, de uma boa cirurgia plástica e com vestuário novinho de roupas de um branco brilhante.

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