Reagindo às denúncias feitas pelo jornalista inglês Christopher Hitchens (1949-2011), de que a Madre Teresa de Calcutá maltratava os doentes e miseráveis e preferia ser "amiga da pobreza" do que dos pobres, uma blogueira, conhecida como "a catequista", teve um surto de elitismo na sua mensagem reproduzida aqui. Diz um dos trechos deste texto:
"Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo".
O que a referida blogueira quis dizer com esse texto tão inflamado? Alguns detalhes podem ser enumerados:
1) Ela achava que as instituições que Madre Teresa de Calcutá criou não eram ONGs. Eram, sim, só que mal administradas. ONG é organização não-governamental, instituição feita sem o vínculo formal de instituições governamentais.
2) Ela achava que Madre Teresa não fazia trabalho social. Como assim? Ela não estava, em tese, servindo a sociedade? Se a blogueira achava que a freira fazia "caridade", ela é, em si, um ato social, um trabalho para a sociedade. Não se sabe o que deu na cabeça da blogueira para pensar dessa forma.
3) Os pobres não precisam de ascensão social. Ela fala como se "ascensão social" fosse a mesma coisa que ir para o Castelo de Caras. Mas fala-se aqui de querer que os pobres e enfermos tenham QUALIDADE DE VIDA. Para os adeptos da Teologia do Sofrimento, aquela peçonhenta ideologia que fala que "sofrer é lindo", luxo é querer ter um pão para comer, uma casa para morar, saúde plena etc. Ou ter isso da melhor maneira possível.
Aí é que a "santa blogueira" acaba "incorporando" o famoso personagem Justo Veríssimo (aquele que queria que o povo "se explodisse"), por achar que os pobres tinham que permanecer naquelas condições degradantes porque tinham a Madre Teresa como "sua maior riqueza". Sinceramente, sua "catequista", mas que falta de respeito com as dores dos outros!!!
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