Três homens sofrem, em diferentes ocasiões, infartos fulminantes e as ocorrências chegam às redações dos jornais.
Um jovem jogador de 19 anos, de um obscuro clube de futebol, sofre um infarto durante uma partida, é socorrido mas não resiste ao mal, morrendo pouco depois no hospital.
Os jornais noticiaram a ocorrência.
Um jovem cabo do exército, de seus 20 anos de idade, sofre um infarto durante um rigoroso treino militar, não resistindo e falecendo antes que o socorro viesse levá-lo para o atendimento hospitalar.
Os jornais noticiaram a ocorrência.
Um empresário de 42 anos, que anos atrás havia assassinado a mulher, numa crise de ciúmes, e cumpria liberdade condicional há um bom tempo, estava vendo a televisão quando o crime que ele cometeu foi relembrado em um programa de variedades. O empresário sofreu um infarto fulminante, e sua casa teve que ser invadida horas depois, quando seu corpo morto já exalava um mau cheiro e os porteiros estranharam o fato do morador não fazer as suas habituais saídas de casa.
Os jornais se recusaram a noticiar a ocorrência.
O motivo alegado foi que "não dava notícia", que "não valia a pena" se preocupar com um caso "sem importância" desses.
O irônico é que justamente o empresário havia sido notícia em todos os jornais do país por causa do crime cometido e seu julgamento teve cartaz até mesmo nos noticiários de tevê. Serão os resquícios do machismo e sua "defesa da honra" que ainda contaminam certos setores da grande mídia?
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