domingo, 21 de dezembro de 2014

Chiquistas pegam carona no asteroide


Há tempos que os chiquistas, como conhecemos o fã-clube oficial (seguidores, ditos "espíritas") e não-oficial (simpatizantes "independentes" de "qualquer crença") de Francisco Cândido Xavier, estão na torcida para o ufanismo astral do Brasil.

Feito um Galvão Bueno da Doutrina Espírita, Chico Xavier, que tinha mania de ver profecias em sonhos seus (desses que se tem durante o sono) e sentia fascínio mórbido por pessoas precocemente falecidas, queria que o Brasil se tornasse a nação mais poderosa do planeta.

Claro, tem seus eufemismos, próprios do catolicismo alucinado de Xavier, um catolicismo vesgo que muitos pensam ser Espiritismo de verdade - claro, Allan Kardec nunca foi um grande best seller em terras brasileiras - , e aí aquele sonho de 1969, de uma noite de sono posterior à ida de astronautas dos EUA à Lua, foi apoiado por uma linda historinha.

Primeiro, vamos esclarecer o alerta de astrofísicos que há décadas nos avisam para o risco de asteroides destruírem a Terra, do qual os chiquistas pegam carona para ver se não faz a pedra voadora atingir o Brasil (hipótese muitíssimo improvável).

Os chiquistas podem dormir tranquilos e sonhar novas "profecias". Mesmo em uma chance contra um milhão, se um asteroide atingir o planeta Terra, afetará seriamente grandes áreas da Europa, Ásia e Estados Unidos, principalmente através de maremotos causados pelo impacto da queda.

O Brasil será menos atingido, mas a humanidade será em boa parte dizimada. O mundo desenvolvido e países com grande qualidade de vida como os países escandinavos desaparecerão do mapa, enquanto o país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza será promovido pelo papai do céu a nação mais próspera e moderna do planeta.

Poderão morrer grandes intelectuais, grandes cientistas, celebridades realmente dotadas de talento, artistas de qualidade e políticos humanistas. Cidades de altíssimo desenvolvimento humano serão destruídas pelas ondas dos maremotos.

Mas não nos preocupemos. A essas alturas, se o maremoto ocorrer em 2019, como reza o "bom velhinho" - não o Papai Noel, cara pálida, mas o Chico Xavier! - , serão salvos pessoas "importantes" como os Kardashian, a Honey Boo-Boo, a Tan Mom, a Arianny Celeste, o Justin Bieber e a Coutrney Stodden já estarão seguros em hospedagens brasileiras.

Do Primeiro Mundo, especuladores financeiros, criminosos procurados pela Interpol, alguns hooligans mais problemáticos e políticos corruptos, também já teriam arrumado as malas para o Brasil, tradicional exílio para bandidos e encrenqueiros desde que degredados portugueses eram mandados para o país sul-americano, já no século XVI.

Não se poderá mandar o psicopata Charles Manson - criminoso que seus fãs confundem com ator de filmes B - para terras brasileiras porque ele está em prisão perpétua e, tendo 80 anos e um passado junkie, está na idade em que já tem reservado um passaporte para viajar para a pátria espiritual, o que não lhe falta muito tempo para isso.

Mas o Brasil manterá a salvo os funqueiros e gente como Fernando Collor, as "mulheres-frutas", os "coxinhas", os intelectualoides festivos - que defendem desde a bregalização cultural até experimentos científicos tolos, como produzir produção de sorvete na testa a base de raio laser - e, claro, os "espíritas" que só querem saber de "palavrinhas de amor".

Sim, porque eles não entendem de ciência e querem meter os narizes onde não foram chamados. Só entendem de palavrinhas doces, lições moralistas, historinhas bonitinhas essas. Mas, a depender das previsões chiquistas, as pesquisas para a cura do câncer, por exemplo, serão adiadas por tempo indeterminado, enquanto os "bailes funk" estão garantidos. É o "coração do mundo", "galera"!

Preparem seus "deitaços" quando chegar a tal "data-limite". U-huuuuuu!

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