terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Mediunidade no Brasil é pura brincadeira!

CHICO XAVIER COMEÇOU A BRINCADEIRA, SOB CONSELHO DO JESUÍTA PADRE EMMANUEL DA NÓBREGA.

A mediunidade, no Brasil, é uma grande brincadeira. Uma molecagem que se faz com os nomes dos mortos. Brinca-se de receber fulano no além, cria-se uma mensagem da própria mente do suposto médium e, pronto, nem precisa colocar assinatura do espírito, qualquer um vê a caligrafia do "médium" usando o nome do falecido e acredita.

Afinal, os supostos médiuns precisam caprichar na produção de catarse emotiva. Pouco importa se as mensagens são verdadeiras, se condizem ou não com as personalidades dos falecidos, se elas produzem palavrinhas amorosas, mensagens melífulas e recadinhos doces, já basta, explorar a emotividade dos entes queridos que aqui ficaram é o mais importante.

Quadros que nada tem do estilo original dos pintores originais, livros que contradizem à linguagem própria do que os autores falecidos produziram em vida, mensagens de parentes mortos que carregam demais no religiosismo que os finados nem pensaram em seguir em vida, tudo isso pouco importa. E pouco importa se a assinatura só apresenta a caligrafia do "médium".

Para ajudar um pouco nessa brincadeira, criamos uma mensagem padrão para que, assim, muito tempo possa ser economizado na suposta psicografia de nossos entes queridos, e assim garantir o êxito emotivo da mensagem. Criamos um padrão no qual as lacunas correspondentes servem para inserir informações gerais de cada falecido, para variar assim o indivíduo evocado. Vamos lá.

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MENSAGEM DO ESPÍRITO (...)


Querido (s) ente (s) (a quem me dirijo)



Sofro em função do meu desenlace repentino, que abreviou minha vida e trouxe-me muito sofrimento. Com o impacto da desencarnação inesperada, senti muitas angústias e amarguras. Fui para zonas inferiores do umbral, do qual espíritos endurecidos me zombavam pelas faltas cometidas (descrever as faltas e produzir uma gozação correspondente, espécie de bullying do além-túmulo).



De repente, espíritos benfeitores se aproximaram de mim e me ofereceram socorro. O líder deles (usar um nome greco-latino ou coisa parecida, como Hélcius, Plópidas, Marconius ou Hieróglifos ou, se for nome feminino, use algum nome bíblico, como Maria de Arimateia, Rita Lucíola, Isabel de Bizâncio, Madalena de Magdala ou coisa parecida) veio em minha direção e, acolhedor, me chamou para segui-lo para me hospedar na colônia espiritual (nome de sua escolha, tipo Nova Esperança ou até mesmo evocando um santo ou entidade "espírita", tipo Colônia André Luiz).



Assim que cheguei à colônia, encontrei meus antigos parentes e amigos (citar parentes e amigos que faleceram antes do referido cidadão) e recordei tantos momentos prazerosos que tive com eles (citar tais momentos, ainda que de maneira genérica, embora isso seja opcional; descrever que eles causaram muita alegria e saudades já é suficiente).



A partir da nova vida em colônia, pude aprender novos trabalhos e entender a missão de servir o próximo, vivendo a fraternidade em Jesus Cristo e pregar a luz e o amor para os demais cidadãos, conhecendo a Doutrina Espírita e o valor das mensagens de Chico Xavier para os irmãos da Terra, e hoje me encontro feliz e iluminado diante da consciência da caridade e do amor.



Desse modo, é com profunda emoção de grande alegria e afeição venho aqui para pregar a união das pessoas e peço a meus familiares e amigos que se deem as mãos nesse momento de preces e se unam na fraternidade em Cristo. Tomado de mais elevadas vibrações, venho pedir a todos que se unam na fé e na caridade dentro dos ensinamentos cristãos e sob a força de Deus Pai todo-poderoso.



Saudações e bênçãos daquele que vos escreve".



(Nome do falecido a que se atribui a mensagem)



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Desse modo, não é necessário se preocupar com aspectos pessoais mais sutis, nem com estilos de linguagem ou mesmo em imitar a caligrafia do falecido. A mensagem, descrita assim, é mais instantânea, só precisando inserir nela alguns aspectos pessoais relatados por seus familiares.

O teor sentimental compensa a falta de veracidade da mensagem. Todos ficam emocionados e ninguém sai por aí desconfiando que foi o próprio "médium" que digitou a amorosa missiva.

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